PRECE DE MÃE



Ó Santa Mãe de Jesus
Ouve esta minha oração
De joelhos aos pés da cruz.
E acolhe o meu filho
Com o Teu manto de luz!

~~~
Dá-lhe a recompensa
Por tudo o que fez para mim:
Afago, ternura, afecto
Todo o carinho e amor;
Dá-lhe um beijo por mim
Eu Te peco, Mãe de amor!

~~~
E a Teu Filho apresenta
Este filho tão querido
Que foi para mim um presente
Do muito que a vida me deu!

~~~
E em Tua companhia
Acolhido em teus braços
Possa ele enfim descansar
Recebendo todo o amor
Que em vida soube dar!

(Pedaços em Mim)


A MÃE QUE PERDE UM FILHO


vou contar a vocês o que se esconde por trás de um sorriso de uma mãe que perdeu seu filho...


Uma saudade enorme, uma dor que sufoca, asfixia, mas que infelizmente não mata...

Ocupamos nosso tempo com tarefas antes tão simples e cotidianas, mas que hoje se tornaram fardos pesados e  aparentemente insuportáveis... 

Nós tentamos consolar com palavras àqueles que se aproximam, mas muita das vezes precisamos sim é de sermos consoladas...

Sorrimos para encobrir lágrimas...

Sorrimos para não sermos egoístas e fazer sofrer todos que ainda permanecem ao nosso lado e que sofram mais ainda com o nosso sofrimento...

Como já dizia Maria Bethânia " a tristeza também é uma forma de egoísmo"

Se choramos?  Sim, muitas vezes, infinitas vezes... 

muitas vezes calada e escondida...
Se pensamos nos nossos filhos?

Todos os segundo dos dias...

Pensamos no quanto somos felizes, sorrimos das piadas, cantamos as nossas músicas e vivemos tentando cumprir... o que ainda nem sabemos direito o que é...

Uma mãe que vive depois de uma dor tão forte... uma mãe que apesar de querer morrer ainda consegue ver que a vida continua... merece aplausos.

          ( Por kelly Nancy)





SUA AUSÊNCIA




Aprendi a fazer
da sua ausência
minha companhia,
do seu silêncio
minha verdade,
da distância
entre nós
caminhos
de aprendizagem,
da sua falta
fiz meu complemento,
da saudade
fiz lembrança,
fiz da dor
um sentimento,
e hoje sou
mais completo,
aprendi a fazer
o melhor de mim
com o pior de você...
sua ausência !
(Extraído)


MAIS UMA ESTRELINHA NO CEU




Existem momentos que doem... Doem muito mais do que pensamos estar preparados a sentir.

É sempre uma incógnita e nunca estamos preparados.
É assim a despedida.

Por mais que acreditemos que não é um fim, mas apenas um passo na continuação da vida (continue ela onde continuar). Por mais que saibamos que um dia também nós partiremos e acabaremos por nos reencontrar. Por tudo o mais que nos alimente a alma, dói sempre.

A despedida faz-nos sentir insignificantes, pequenos e tão cheios de emoções que os nossos corpos parecem pequenos demais para conseguir suportar a dor da saudade que começamos logo a sentir.
E a vida escorre-nos em pensamentos, como um filme. E recordamos todos e qualquer momento. E sabemos que não vamos voltar a vivê-los. Não aqui. Não neste tempo. Nesta ingenuidade de quem gosta de alguém que acabou de partir para sempre e se vê preparado (ou não) para viver o resto desta vida apenas com as recordações.

E nessas alturas as lágrimas finalmente são libertadas dos nossos olhos. E os soluços engasgam-nos na cadência da solidão, do sofrimento e da já saudade. E nesse momento já não somos nada. Um resto de esperança num tudo de dor. Nesse momento só procuramos um abrigo. Aquele abrigo. E por mais que nos custe é aquele abraço que precisamos de ter do nosso lado, a proteger-nos, a acarinhar-nos. Mas ele não está lá, talvez nunca tenha estado. Mas, nesse momento, mais uma vez, é desse abraço que precisamos. Mais que palavras, é esse abraço o nosso porto de abrigo. Mas não está, nunca esteve realmente. E sentimo-nos sós. Mais solitários do que a dor que já estamos a sentir pela presente partida que tanto dói.

O meu céu ganhou mais uma estrelinha.

Quero acreditar que não foi um fim, mas uma nova etapa.
Quero acreditar que um dia nos voltaremos a encontrar.
Não vou esquecer todos os momentos. Nestes dias todos eles se têm cravado na minha pele e nos meus pensamentos. Tantos que já nem recordava e que hoje me voltaram a fazer chorar por terem sido tão importantes para mim.
Agora resta-me olhar mais esta estrela, recordar e esperar que um dia, noutro tempo, noutro espaço, nos voltemos a encontrar.
Por agora vou ver-te no céu. Lá em cima, a brilhar.
E lembrar-me... enquanto assim for, continuarás sempre aqui. 

Até sempre! Até um dia!

(Rabiscos Incertos)


E A VIDA CONTINUA





Leticia Barreto
A vida clama por sentido. Quando somos abalados por uma perda, por uma
tragédia, há um momento muito doloroso em que tudo parece ter perdido o sentido, a razão
de ser. O inesperado, o que não devia acontecer, abala e aponta um longo caminho para
lugar nenhum.
Algumas pessoas reagem de maneira positiva no meio do sofrimento. Foi o que
Victor Frank observou nos campos de concentração, onde esteve internado por seis longos
e sofridos anos. Ali perdeu sua esposa e todos seus parentes – pais, irmãos, tios… Tentando
preencher seus pensamentos com as lembranças de seus estudos como psiquiatra,
perguntava-se:
_ Por que alguns se desesperam e se  suicidam atirando-se contra a cerca
eletrificada com as últimas forças que lhe restam, e outros conservam a cabeça erguida,
cantando hinos judaicos ou rezando o Pai Nosso, caminhando para o forno crematório?
Duas coisas preenchem nossa necessidade de sentido de vida, concluiu ele: uma
pessoa ou uma causa. A pessoa (ou as pessoas) que amamos, com amor amadurecido feito
de doação e entrega, fazem-nos dizer:
_ Fazer você feliz dá sentido à minha vida.
Algumas pessoas transformam esse Amor em uma causa, como Tereza de
Calcutá em relação aos mais pobres e sofridos. Uma causa é um projeto, uma idéia, um
sonho que nos dá ânimo e justifica nosso viver.
O API transforma-se em uma causa  que dá sentido ao sofrer, quando
percebemos a importância do apoio mútuo, da compreensão e solidariedade que emerge
entre os que compartilham perdas irreparáveis.
Não ter medo de continuar amando filhos, companheiros, pessoas que
permanecem conosco, enfrentar o grande risco de “amar-e-perder”, é outro desafio que a
ausência doída, e sempre presente, nos faz.
Uma “ausência presente” parece um paradoxo. Lacan já dizia que a ausência só
acontece se ali, antes, houve uma presença. É a presença de filhos, esposo ou esposa, pai
ou mãe que partiram que continuará dando sentido à vida – o amor por eles há de ser
positivo, feito de lembranças que convém conservar, sabendo-se que a vida continua …
Há pessoas que evitam lugares onde as grandes perdas ocorreram – “não vou
mais à praia”, “nunca mais vou encarar uma viagem de carro”.
Interromper a vida é negar o bem que nos foi dado. Quem tem um “para que”
viver, suportará as condições mais difíceis. Se isso aconteceu em campos de concentração,
poderemos ir em frente, carregando a ausência-presença que é memória, saudade, o que
deu sentido à vida e… continua dando.
Transformar o ausente, em  uma presença viva que nos torna melhores, mais
amigos, mais solidários… isso dá sentido à vida que permanece.
Bem dizia Saint’Exupéry: “o que dá sentido à vida, dá sentido à morte”.
Dupla é a nossa missão, diante de perdas irreparáveis: manter o sentido de nossa
própria vida (amando e trabalhado por um projeto) e também dar sentido à vida que se foi,
interrompida mas conservada na grandeza,  no drama, no amor que transcende qualquer
circunstância.



Crie glitters aqui!


RESSUSCITANDO SONHOS © Copyright 2013. Design by JaahTemplates da Jaah.