É TRISTE DIZER ADEUS




Sempre sofri com as despedidas, e justamente por isso tive que adestrar meus sentimentos para que eles não me impedissem de partir, quando fosse preciso.

Fazer girar a roda da vida nem sempre é coisa fácil. Seguir em frente pode doer demais na alma, se não estivermos preparados para abrir mão do que quer que a própria vida exija, quase como um pagamento pela ousadia nossa de buscar um rumo novo. Ou uma felicidade nova.

E a despedida é isso. Seja um lugar que deixamos para trás; seja alguém que tenha que ficar enquanto seguimos. Pode ser duríssimo ter que partir.

E o que dizer quando nós é que ficamos? Quando um amigo querido, um amor ou um irmão é que se vai, enquanto continuamos na mesma ordem natural dos dias, na mesma sequência da rotina, nos mesmos lugares e horas de costume?

O que fazer com o lugar vazio que ficou? E como não sofrer com o susto que a despedida traz, o susto já sabido, adivinhado e esperado, mas sempre um susto, porque o instante em que nos abraçamos, em que juramos estar juntos em carne ou em espírito é sempre um fim, quase como o último gole de café da xícara.

Sofro com as despedidas, mas já nos primeiros minutos da separação digo a mim mesma que a maravilha da vida também está ali: a separação é a vida acontecendo, mesmo que alguém tenha partido para outro país ou outro mundo, porque o amor perdura e a lembrança eterniza. O laço afetivo está na mente e bate no coração.

Se a vida segue acontecendo, está em nossas mãos deixar que o adeus seja definitivo. O amor é que é para sempre.


DEUS ME DEU UM ANJO



Deus me deu um ANJO

Quando eu proclamo que Deus me deu um Anjo
eu não proclamo que tenho privilégios:
Eu anuncio que não estou perdida
e que estou segura no meu caminho.

Quando eu proclamo que Deus me deu um Anjo
eu não proclamo com arrogância:
Eu só confesso que às vezes caio
e preciso desse Anjo para me ajudar a levantar.

Quando eu proclamo que Deus me deu um Anjo
eu não estou exibindo força:
Eu estou declarando que não sou toda poderosa
e que preciso de uma força maior.

Quando eu proclamo que Deus me deu um Anjo
eu não estou contando vantagem:
Eu estou admitindo que sou frágil
e que sem esse Anjo tudo pareceria ainda mais difícil.

Quando eu proclamo que Deus me deu um Anjo
eu não estou me julgando favorita:
Eu estou dizendo que tenho falhas,
mas também um Anjo que acredita no meu valor.

Quando eu proclamo que Deus me deu um Anjo
eu confesso que tenho minhas dores,
que ainda não superei muitas mágoas
e que preciso chamar esse Anjo para me fortalecer.

Quando eu proclamo que Deus me deu um Anjo
eu não rebaixo aquele que me ouve
nem tenho a pretensão de fazer isso:
eu apenas declaro que Deus me deu meu FILHO,
o Anjo que me dá a certeza de que sou amada!

(variação de when I say)


Por Nalva Santos

MORTE... A DOR DA PERDA



Morte. A palavra, por si só, já carrega um peso. É a única certeza que temos na vida, a de que todos morreremos um dia. Mas é difícil se preparar para perder alguém. Algumas almas elevadas conseguem lidar bem com as perdas, mas acredito que a grande maioria das pessoas não está pronta para ver arrancado de sua vida alguém que ama. A gente sente uma saudade diferente. É uma saudade amarrada pela certeza de que nunca vai passar. É uma saudade que vai ser eterna. A gente apenas se acostuma a conviver com a ausência, mas não esquecemos, não deixamos de sentir falta… as memórias permanecem, o peito aperta em cada lembrança, e só o tempo mesmo para acalmar o coração…
A compreensão da morte vai depender da crença religiosa de cada um. Cada um interpreta o ato de morrer de uma forma diferente. Para alguns, voltaremos em uma nova encarnação; para outros, ali acaba a vida…. Teorias não faltam para tentar explicar a morte… Mas o fato é que é difícil perder alguém. Para mim, pelo menos. Um vazio parece invadir nosso peito, a sensação de que você não está vivendo aquilo, uma vontade de que seja tudo um sonho, um desespero que a gente não consegue explicar… O descontrole inicial passa, e você cai na real: a pessoa já não está em sua vida, não daquele jeito a que você estava acostumado.
Aquela rotina que vocês cumpriam já não existe. Você sempre espera a pessoa chegar naquela hora de costume, mas ninguém bate à porta… No horário do telefonema, ele simplesmente não toca… Ouvir a voz dando bom-dia, ouvir a voz falando qualquer coisa… As fotos trazem lágrimas, você pensa que podia ter feito tanta coisa mais, pensa que podia ter falado tanto mais, pensa que podia ter feito algo diferente, ainda que não tenha feito nada de errado… Enfrentar a morte é um processo que exige tempo para que consigamos lidar melhor com a situação, com a ausência em si… Eu perdi alguém. E eu nunca havia pensado no quanto dói perder alguém.
Mas a vida segue seu rumo, impiedosa. Os dias continuam passando a cada 24h e o resto de sua vida caminha a passos largos, ainda que você precise dar um tempo de tudo. Só que hoje, não temos tempo nem para o luto. Não que ninguém deva se entregar à dor e lá ficar. Não é isso… A questão é que é impossível exigir que funcionemos como se nada tivesse acontecido. É impossível desvincular o emocional das nossas rotinas diárias. Mas a nossa sociedade apressada não quer saber disso. Não temos mais tempo para chorar. Ou então choraremos a caminho de algum lugar, ou enquanto executamos alguma atividade…
A fase de luto não é fácil. Dói, machuca… nossas lembranças se viram contra nós, porque trazem à tona as imagens que gostaríamos de esquecer. O mundo não para, os segundos correm, o tempo passa… Sinto falta de termos mais tempo pra gente. Sinto falta de termos tempo pra ficar em casa vendo sessão da tarde e comendo pipoca… Porque um dia nós é que vamos morrer… e a perda me fez pensar no quanto é importante se preocupar com o que você anda fazendo da sua vida… Eu queria poder ter mais tempo pra chorar, mas ele, meu tio, tenho certeza de que só ficará feliz quando me vir rindo, lá de cima… Ele sempre ficava feliz quando eu estava bem.
As lágrimas ainda caem, mas o riso já estampa meu rosto, em homenagem a ele, que passava a vida a sorrir… Um dia seremos cada um de nós, deixando esse mundo. Mas enquanto eu tiver nele, escolhi que vou fazer o melhor pra ser feliz e viver. Viver mesmo, dedicando tempo àquilo que me dá prazer, a sentar com meus amigos, a ficar deitada vendo filme… Toda perda nos faz refletir…. Eu quero aproveitar cada momento que eu posso ter ao lado das pessoas que amo. Quero aproveitar cada segundo ao lado delas… Chorarei pela perda de cada um que amo, mas farei brilhar no rosto um riso, por ter podido compartilhar tudo o que foi possível enquanto estavam ao meu lado.



FILHA, PRINCESA LINDA, VOCÊ É O MEU ANJO!

ESPERANÇA E FÉ

 

Levanta o olhar para lá das nuvens da tristeza e da saudade e solidão...
Verás que aquele que amas continua teu, porque está vivo!...
Adormeceu...
 
Rasga o nevoeiro denso da amargura com os faróis da Fé e da Esperança,
e verás que aquele que amas continua teu, porque está vivo!...
Adormeceu...
 
E quando transpuseres a curva da morte na caminhada veloz para os céus,
 
reencontrarás aquele que partiu e amas eternamente vivo na Vida de Deus…
 
Mário Salgueirinho
 
 

RETROSPECTIVA

 
  Aquele que tiver sede, venha a Mim e beba, e de seu seio hão de jorrar fontes de água viva Há poucos dias de completar 02 anos da partida da minha preciosa filha, para ser mais precisa 32 dias, senti vontade de me recolher, ficar quietinha, voltei para dentro de mim e fiz uma análise de todos os sentimentos que experimentei neste período de dor. Quando eu pensei que havia chegado no fundo do poço e que iria me reerguer, desci ainda mais. Foi preciso muita maturidade e um alto conhecimento para entender que ao contrário do que muitos especialistas falam, do que muitas pessoas postam, não existe um tempo determinado para vivenciar e superar o Luto. O luto materno vai muito além do seu significado: Luto “Sentimento ou pesar pela morte de alguém". Estamos falando da perda de um filho, de sonhos desfeitos, da continuidade da nossa existência, mas do que isso, falando de nós mesmos, pois depositamos em nossos filhos toda perspectiva de uma vida plena e feliz. Estamos falando de um Amor puro, incontestável, um Amor sem limites. Uma mãe não supera a perda do seu filho, ela mente pra si mesma, era exatamente isto que eu vinha fazendo, mentindo pra mim mesma. Descobri sim, meios que tornam o meu fardo um pouco mais leve. Descobri que ajudar e amar o meu próximo alivia um pouco a minha dor. Descobri que eu não sou a única que sofro e que certamente a minha dor não é maior do que a dor dos outros, que muitas vezes é preciso rever conceitos e valores, deixar o egoísmo de lado e enxergar que ha muito que se fazer para tornar o mundo mais humano, mais amoroso, um mundo melhor pra se viver. Outro fator que vem sendo determinante no meio dia a dia é a fé em Deus, pois por mais que muitas vezes eu me encontre em estado de raiva, depressão, incredulidade, tristeza e frustração; eu sei que hoje ela se encontra em um lugar de beleza incontestável, que Deus enxugou dos seus olhos toda lágrima, curou sua enfermidade e que agora sim ela é feliz ao lado do Pai que a criou, é claro que em minha condição humana e falha que sou, eu gostaria de tê-la ao meu lado, lhe dar todo meu carinho e amor de mãe, mas Deus não quis assim. A morte dos justos para Deus é como pedra preciosa, e Ele mais do que qualquer outra pessoa conhece a nossa dor, por isso nos deixou o Consolador, para que na hora da tempestade recebêssemos o Seu abraço de Pai amoroso e cuidadoso. Outra descoberta que fiz foi que a minha dor só não é maior que o meu amor pela minha filha e a vontade de reencontrá-la. Sei que esta dor irá me acompanhar por todos os dias da minha vida, que eu jamais serei a mesma, e que nada neste mundo, mesmo que por frações de segundo fará eu esquecer o mais lindo sonho de amor que Deus me proporcionou, que foi a ter a MAYTE por 4 anos e 10 meses radiando luz, esperança, força e coragem na minha vida. Mayte minha princesa mamãe te ama hoje e sempre.

DOR NÃO SE MEDE




Há muita falta de respeito pelos sentimentos alheios. Alguém conta de uma dor que está vivendo e aquele que está a ouvir já se apressa em lembrar que essa dor não é nada se comparada a dor que ele enfrenta. Quase uma disputa numa tentativa insana de mostrar quem sofre mais. Dor não se mede. Dor não se compara. Cada um sabe a dor que vive e que traz no peito. Por isso, não adianta compartilhar essa dor com aqueles que não têm sensibilidade. Há aqueles que não são bons ouvintes. Eles querem sempre falar, julgar, repreender. E não sabem silenciar.

Cada ser humano sente a sua própria dor e a sente do seu jeito e a seu modo. Digo isso, porque vejo gente que luta para demonstrar ao outro a intensidade de sua dor e nem sempre consegue. E nem sempre encontra a receptividade do outro para ouvi-lo. Há os que até dramatizam a própria dor na esperança de convencer os que estão ao lado e ganhar deles um pouco de compaixão. A sua dor não precisa de quem a reconheça ou a aprove para, enfim, tornar-se válida. Ela existe. Ela é sua. E só você sabe da força dela e dos estragos que ela pode causar. 

Se você não encontrar solidariedade no olhar de quem ouve, cale. Toda e qualquer palavra de sua parte não trará nenhuma modificação no modo de agir e de responder do outro. Lembre-se de Jesus no horto das oliveiras, quando se aproximava o momento de sua morte. Diz o texto bíblico que ele recorreu aos amigos mais próximos pedindo a eles que lhe fizessem companhia durante aquela noite.
Conta a história da bíblia que os amigos mais próximos dormiram e não conseguiram fazer vigília com ele. Os amigos mais próximos deixaram o mestre sozinho enquanto esse suava sangue, corroído pela dor daquele momento. Portanto, algumas dores, alguns momentos difíceis, terão que ser enfrentados na mais profunda solidão. Alimente menos expectativas a respeito da solidariedade daqueles que estão ao seu lado. Se até Jesus provou o gosto amargo da dor vivida na solidão, por que conosco deveria ser diferente? Alguns momentos da vida são mesmo assim: entre nós e Deus. E ninguém mais.

Dalcides Biscalquin


DELICADEZA


A alma é invisível
um anjo é invisível
o vento é invisível
o pensamento é invisível...

E no entanto, com delicadeza
se pode enxergar a alma
se pode adivinhar o anjo
se pode sentir o vento
se pode mudar o mundo
com alguns pensamentos…

(Roseana Murray)


PERDA


Quando sofremos uma perda, faz uma diferença enorme se consideramos a morte um ponto final que encerra a frase da vida, ou se acreditamos que a morte é apenas uma vírgula, após a qual a vida se eleva a um significado maior. Nesta hora, importa profundamente se achamos que o nosso ente querido foi totalmente apagado do livro da vida, ou se acreditamos que ele é tão imortal quanto o próprio Autor da Vida.
O que é imortalidade? Depende para quem. Para alguns de nós, imortalidade significa que a pessoa sobrevive através da família. A presença continua. Os conselhos são ainda ouvidos, as alegrias ainda são compartilhadas, o carinho ainda é sentido. Viver nos corações dos que ficaram é não morrer. Mais ainda, existe uma perpetuação de geração em geração. Existe uma força invisível, porém real.
Ninguém vive em vão, de formas grandes ou pequenas, nossos finados deixaram sua marca neste mundo. E através desta marca, alcançaram a imortalidade. Acredito que nossos entes queridos passaram pelo processo fisiológico que denominamos “morte”. Libertaram-se do seu corpo mortal, mas eles mesmos estão mais vivos do que nunca.
Se nós, nós que ficamos para trás, conseguíssemos compreender isto, a dor da separação seria aliviada. A morte é uma mudança de condição, não de essência. Tiros, enfartes e cânceres ferem o corpo, mas não destroem a alma. A alma não morre jamais. A própria racionalidade do universo exige a imortalidade.
O Divino Dramaturgo certamente não teria escrito um texto sem sentido. Ele não teria preparado toda a paisagem resplandecente da Terra como cenário para o personagem principal, o ser humano, para depois lhe permitir somente uma fala curta no palco da vida e, logo em seguida, fazê-lo sair de cena.
Eu acredito que este mundo é apenas prólogo, e há muitos outros belos atos à espera do homem no outro mundo. Imagine que você está parado à beira do mar e você vê um navio partindo. Você fica olhando enquanto ele vai se afastando e afastando, cada vez mais longe, até que finalmente parece apenas um ponto no horizonte, lá onde o mar e o céu se encontram. E você diz: “Pronto, ele se foi”. Foi aonde? Foi a um lugar que sua vista não alcança, só isso.
Ele continua tão grande, tão bonito e tão importante como era quando estava perto de você. A dimensão diminuída está em você, não nele. E naquele exato momento em que você está dizendo “Ele se foi”, há outros olhos vendo-o aproximar e outras vozes exclamando com júbilo: “Ele está vindo, está chegando”. Isto é a morte. E isto é a Vida Eterna!

Rabino Henry I Sobel



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