Anjo Mayte





DEDICO ESTE ESPAÇO A MINHA AMADA FILHA MAYTE: MEU ANJINHO AGRADEÇO A DEUS TODOS OS DIAS POR TER ME CONCEDIDO A BENÇÃO DE TER VOCÊ. VOCÊ ME ENSINOU O QUE É O AMOR E COMO ESTE AMOR PODE ILUMINAR A IMENSA ESCURIDÃO QUE ME CERCA APÓS A SUA PARTIDA. 

ME FEZ ENXERGAR QUE "ENTRE AQUELES QUE SE AMAM, A MORTE APARECE EM VÃO, PODE PLANTAR SAUDADE, MAS NUNCA A SEPARAÇÃO".


*Mayte* nasceu no dia *09/06/2006*, era um bebe lindo, aparentemente saudável, foi recebida com muito amor por todos da família, mas o amor de 
seu pai era mágico, diferente de todos, ás vezes eu brincava com ele dizendo que ele queria tomar o meu lugar...



Quando ela fez 15 dias, percebemos em seu corpinho algumas manchinhas roxas, então resolvemos leva-la ao Hospital. Após vários exames os médicos a 
diagnosticam com *PLAQUETOPENIA*. Ficou internada 15 dias para a realização de novos exames e assim ficou constatado que a *MAYTE* tinha uma falha na produção do sangue, ainda na medula, seu organismo não fabricava as *PLAQUETAS* (que é responsável pela coagulação do sangue). Os médicos me falaram que era uma doença crônica, muito grave, que deveria ser feito acompanhamento no *HEMATOLOGISTA*, pois existia sérios riscos de sangrar até a morte. Esta noticia me deixou muito confusa, imaginei estar sendo castigada por Deus, então de imediato perdi perdão a Deus, pois só a possibilidade de perder o meu bebe já me deixava completamente sem chão, pois eu a amava com toda força que só uma MÃE é capaz de amar.

O tempo foi passando, as idas ao consultório e os exames eram constantes, 
os médicos ficavam admirados de verem a *MAYTE* vivendo com apenas 5.000, 3.000 e até mesmo 1.000 plaquetas (*o mínimo aceitável pelos* *médicos é de 153.000*), sem nunca apresentar sangramento, porém as transfusões de plaquetas eram constantes, pois havia o risco de sangrar por dentro, ou até mesmo dela cair, se cortar e provocar uma hemorragia. Ela já estava tão acostumada aquela rotina que não chorava quando era preciso furar o seu bracinho. Os médicos diziam que não era para eu me preocupar, pois o organismo dela já estava acostumado a reagir com tão poucas plaquetas.

E assim a *MAYTE* foi crescendo, esperta que só, amável, inteligente, 
tranqüila. No seu 1º ano de escola todos falavam bem dela, ela era uma 

criança diferente, brincava com todos amiguinhos, não era agressiva, dividia 
seu lanche e seus brinquedos com os outros coleguinhas... participava de 
todas as atividades e sempre... sempre... dizia: - Mãe eu te amo... – Pai eu 
te amo... – Vó, Vô... eu te amo... A noite sempre me pedia: - Mãe canta o 
“tanto” pra mim (*música do Roberto Carlos: Como é grande o meu amor por 
você*), acostumei a cantar esta música todas as noites para ela dormir, além 
disso dormia sempre na minha cama, exatamente no meio, segurando a minha 
mão. Ia todos os domingos à Igreja, participava das cantatas do Coro infantil. Um dia quando a esposa do pastor fez o apelo no Culto, ela levantou sozinha e foi lá na frente. Muitas vezes ela me dizia: - Mãe você sabia que Deus me curou?



Um fato muito interessante aconteceu no inicio do mês de Abril/2011: Ao chegar do trabalho minha mãe falou: - Lígia você não sabe da última da MAYTE! Eu logo perguntei: - O que foi que ela aprontou desta vez? Então minha mãe respondeu: - Ela pediu para eu orar e pedir ao Papai do céu que lhe desse asas. Aquilo me deixou muito preocupada, na mesma hora eu me arrepiei e na ânsia de tirar qualquer idéia de despedida, eu respondi: - Diz a ela que Deus não da asas a cobra, e ela esperta que só me respondeu prontamente: - Mas eu não sou cobra!


Mas isso não parou por aí: Passaram-se 2 semanas, ela falou pro seu pai: - 
Pai você sabia que eu vou criar asas e vou voar? - Você vai chorar pai?

Na madrugada do dia 21/04/11 (feriadão de Tiradentes e Páscoa), chegamos a 
Barra de São João, eu a coloquei na cama, no meio como de costume e segurei sua mãozinha e quando foi por volta das 07:00 da manhã, ela acordou chorando se queixando de dor na perna, como ela era uma criança muito ativa, eu achei que fosse cansaço, custei a notar que aquela dor estava relacionada ao seu problema de saúde. Assim que notei, levamos ela para o hospital, mas nos deparamos com uma total falta de recursos, com o despreparo dos médicos diante da gravidade do seu problema, não havia pediatra no hospital, não era possível realizar sequer uma transfusão de plaquetas. Começou então uma verdadeira batalha para conseguirmos uma ambulância... E assim, minha doce menina ficou agonizando durante 5 horas e meia a espera de uma ambulância que pudesse traze-la para o Hospital do rio. Ela sofreu tanto, se contorcia de dor, a cada crise seu sangue parecia sumir de sua pele branquinha, mas ela não largava minha mão, parecia estar me pedindo para não deixa-la morrer. E eu não pude fazer nada, meus gritos, minhas suplicas, meu desespero de nada adiantou.

Qdo chegamos ao Hospital da Polícia no rio, a equipe já estava aguardando 
por ela, após avaliação do médico neurologista, ele me perguntou: - Mãe você 

acredita em milagres? Aqui nós lutamos até o fim, mas sua filha sangrou por 
toda cabeça, e se sobreviver irá ficar em estado vegetativo.

Então eu pensei: Não importa o estado que fique, eu só quero ela ao meu 
lado, eu deixo tudo por ela, eu viverei por ela. Supliquei a Deus um milagre, mas Deus não me atendeu. Foi um choque ver minha menina tão indefesa toda entubada, sem esboçar nenhum tipo de reação. Ah! Como eu pedi a Deus para não leva-la, como chorei aos pés do Senhor... Na sexta feira, dia 22/04/11 foi constatado a morte encefálica, então no impulso de mantê-la viva de alguma forma, doei seus órgãos, para que outras crianças tivessem a oportunidade de viver e de semear amor, assim como a *MAYTE* semeou no meio de nós. 
Filha querida, dia 09/06 foi seu Niver, uma dia que era pra ser de grande alegria, mas foi um dia triste, chuvoso, nublado. Mamãe se esforça pra entender os desígnios de DEUS, mas ás vezes, em meio ao desespero, eu duvido de Sua existência e não entendo porque Ele me fez passar por tanto sofrimento. Sei que não estou sozinha nesta dor, acho até que nos mães não deveríamos nunca enterrar um filho, seja, criança, jovem ou velho, porém tem coisas que acontecem em nossas vidas que não tem explicação ou que aos nossos olhos parecem absurdo. Quando então volto a ter um raciocínio coerente, me apego em DEUS, pois sei que Ele curou todas as suas enfermidades, enxugou suas lágrimas e hoje você tem uma vida plena ao lado de Jesus, Aquele que lhe outorgou a Vida Eterna.


Te amo querida, te amo, não me canso de dizer:
Te amo!!!!!

3 comentários:

  1. Meu Deus ligia sem palavras amiga estou em choro

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  2. É impossível não chorar após ler este relato... Poxa, fiquei emocionada... Tenho 2 filhos e não consigo me ver sem eles. Vc é uma guerreira... E com certeza a Mayte é um anjo...

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  3. Descobri o seu blog através do Facebook.Que dor!Também perdi minha bebê em 2011.É triste mas uma linda história de amor e que lindo ela pedir asas!É isso aí amiga ela ganhou as asas!Nós mães queremos o melhor para nossos filhos e ela ganhou o que queria asas! e hoje vive num lugar lindo rodeada de anjos com a minha Letícia.Nossos bebês vieram para nos ensinar que o amor não tem limites e vai além da vida e que pessoas que realmente amamos nunca morrem dentro de nós!

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