Quando sentimos saudades de alguém é tão fácil "matar" essas saudades, vamos visitar essa pessoa ou então ás vezes um simples telefonema é o suficiente. Parece tão fácil...Mas não é!!! Nós mães de anjos sabemos que não é.
Não existe maneira para de acalmar as saudades que
moram nos nossos corações.
È difícil colocar em palavras o que sinto por não
poder "matar" as saudades que carrego comigo.
Ás vezes sinto uma revolta enorme, mesmo sabendo
que vou abraçar a minha filha de novo (é um das poucas coisas em que ainda
tenho fé), outras alturas sou invadida por uma tristeza que me consome a alma.
Só quero que o tempo passe para finalmente abraça-la.
A dor é uma constante, vai acompanhar-nos sempre
até ao dia em que tiver-mos os nossos filhos nos braços outra vez. E é tão difícil
lidar com as saudades e com a dor que elas nos fazem sentir,a dor é tão forte
que se torna física.
Mas, eu vou falar por mim: Embora eu ache que seja
assim para todas nós, sou perita em mostrar sentimentos bem diferentes,
tornei-me uma profissional em mascarar a dor. Acho que vem com o pacote : Como
ser mãe de um anjo. Somos fortes e ao mesmo tempo tão frágeis. Construímos muralhas
e travamos as nossas próprias batalhas interiores, sem que ninguém se aperceba
disso.
È um esforço constante o início de um novo dia, mas
nós não somos de desistir, os nossos filhos também não o foram, e nós nunca o
seremos.
Carregamos o peso do mundo no nosso coração, e
fazemos com um sorriso enorme no rosto, mas se prestarem bem atenção vão ver a
dor espelhada no olhar, a dor que vive entranhada na alma, e já pagou o aluguel
para o resto das nossas vidas.
A dor que nos muda a todo instante, que nos faz ver
o mundo e as pessoas de uma maneira bem diferente. A mim ensinou-me a ser
cautelosa e a ver para lá das aparências, ensinou-me a não esperar demasiadamente
do mundo porque nada é perfeito e nada dura para sempre.
Torna-se tudo tão pequeno depois que perdemos um
filho. E mesmo assim os outros estão sempre em primeiro lugar, uma mãe é assim
os seus "filhos", mesmo que não o sejam, acima de tudo.
E nós não desistimos de um filho nunca, a palavra
desistir simplesmente não existe.
Nem mesmo quando o nosso filho nos é arrancado dos
braços, nem quando vemos o seu último fôlego, nem mesmo assim uma mãe desiste.
Porque se nós desistir-mos então o que sobra para
continuar-mos a viver?
Por isso é que mesmo com a saudade a nublar a minha
visão, mesmo com a dor a consumir o meu coração, eu não desisto.
Eu ensinei a minha filha, a não desistir, a
levantar depois de cair, e ela devolveu-me esse ensinamento para que eu nunca
me esqueça.
Todos os dias eu morro de saudades da minha filha,
mas eu não sei como se desiste, por isso sigo em frente!
Por Tania Sequeira