RETROSPECTIVA

 
  Aquele que tiver sede, venha a Mim e beba, e de seu seio hão de jorrar fontes de água viva Há poucos dias de completar 02 anos da partida da minha preciosa filha, para ser mais precisa 32 dias, senti vontade de me recolher, ficar quietinha, voltei para dentro de mim e fiz uma análise de todos os sentimentos que experimentei neste período de dor. Quando eu pensei que havia chegado no fundo do poço e que iria me reerguer, desci ainda mais. Foi preciso muita maturidade e um alto conhecimento para entender que ao contrário do que muitos especialistas falam, do que muitas pessoas postam, não existe um tempo determinado para vivenciar e superar o Luto. O luto materno vai muito além do seu significado: Luto “Sentimento ou pesar pela morte de alguém". Estamos falando da perda de um filho, de sonhos desfeitos, da continuidade da nossa existência, mas do que isso, falando de nós mesmos, pois depositamos em nossos filhos toda perspectiva de uma vida plena e feliz. Estamos falando de um Amor puro, incontestável, um Amor sem limites. Uma mãe não supera a perda do seu filho, ela mente pra si mesma, era exatamente isto que eu vinha fazendo, mentindo pra mim mesma. Descobri sim, meios que tornam o meu fardo um pouco mais leve. Descobri que ajudar e amar o meu próximo alivia um pouco a minha dor. Descobri que eu não sou a única que sofro e que certamente a minha dor não é maior do que a dor dos outros, que muitas vezes é preciso rever conceitos e valores, deixar o egoísmo de lado e enxergar que ha muito que se fazer para tornar o mundo mais humano, mais amoroso, um mundo melhor pra se viver. Outro fator que vem sendo determinante no meio dia a dia é a fé em Deus, pois por mais que muitas vezes eu me encontre em estado de raiva, depressão, incredulidade, tristeza e frustração; eu sei que hoje ela se encontra em um lugar de beleza incontestável, que Deus enxugou dos seus olhos toda lágrima, curou sua enfermidade e que agora sim ela é feliz ao lado do Pai que a criou, é claro que em minha condição humana e falha que sou, eu gostaria de tê-la ao meu lado, lhe dar todo meu carinho e amor de mãe, mas Deus não quis assim. A morte dos justos para Deus é como pedra preciosa, e Ele mais do que qualquer outra pessoa conhece a nossa dor, por isso nos deixou o Consolador, para que na hora da tempestade recebêssemos o Seu abraço de Pai amoroso e cuidadoso. Outra descoberta que fiz foi que a minha dor só não é maior que o meu amor pela minha filha e a vontade de reencontrá-la. Sei que esta dor irá me acompanhar por todos os dias da minha vida, que eu jamais serei a mesma, e que nada neste mundo, mesmo que por frações de segundo fará eu esquecer o mais lindo sonho de amor que Deus me proporcionou, que foi a ter a MAYTE por 4 anos e 10 meses radiando luz, esperança, força e coragem na minha vida. Mayte minha princesa mamãe te ama hoje e sempre.

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